MAR que flutua no mar abusivamente medonho
Antóni Maria Lisboa. Isso. Ontem. Único
MAR no MAR do meu pensar-amar
MAR que não é só o dos oceanos
Mas o de toda a água que há na terra
MAR de toda a água que há no ar
MAR de toda a água que há no fogo
MAR de toda a água posta em jogo
Nos milhões de anos da Terra a navegar
Sua rota incerta pelos universos
De que nada sabemos como eu
Jamais poderei escrever em versos
O amor-terror-sagrado que é o meu
Por ti meu/minha MAR de afeição
Que talvez não deva amor chamar-se
Mas é mar-oceano___e, como não
Amor chamar-lhe ao falar-se
De mar num mar ilimitado
Onde não há futuro nem passado?
Rio, 13-12-75
in "descompasso" de José Blanc de Portugal
...MAR de toda a água que há no fogo"....
ResponderExcluirFantástico!
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